Na noite de ontem, a Casa Natura Musical, em São Paulo, foi o ponto de conexão com mulheres de todo o Brasil. Foi lá, afinal, a base presencial do evento que revelou as vencedoras do Prêmio Inspiradoras 2021, parceria de Universa e Instituto Avon.

Comandada pela atriz e modelo Pathy Dejesus, a festa contou com com participações estelares de Conceição Evaristo, Paula Lima, Fernanda Lima, Fernanda Motta, Sabrina Parlatore, Glamour, Gabriela Prioli e a cantora Tiê, que brindou o público com suas canções.

Seguindo as medidas de segurança sanitária devido à pandemia, finalistas e convidadas que estavam fora de São Paulo, participaram via internet, a partir de suas casas.

As vencedoras foram escolhidas por um corpo especializado de jurados e também por uma votação online aberta para o público em geral. Conheça, a seguir, quem são elas.

Assista à cerimônia de premiação

Júlia Rodrigues

Lívia Sant'Anna Vaz

Como promotora, ela concentra seu trabalho na defesa dos direitos das mulheres negras. Criou o Mapa do Racismo e da Intolerância Religiosa, um aplicativo que leva as denúncias desse tipo de crimes diretamente ao Ministério Público da Bahia (MP-BA).

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Fiquei muito contente. Concordo com que Conceição Evaristo diz, que todo reconhecimento traz também uma responsabilidade de inspirar outras pessoas. E no meu caso, inspirar, principalmente mulheres e meninas negras, que ocupam tão poucos espaços de poder. No Judiciário, são ainda tão poucas mulheres negras. Eu não tive essas referências. Fico feliz também de ver que traz ainda esperança ao ver a luta antirracista caminhando ao lado da luta antisexista.

Lívia Sant'Anna Vaz, promotora, combate racismo e intolerância religiosa

Julia Rodrigues

Dandara Rudsan

Em Altamira (PA), ela fundou o Nepaz, um núcleo que acolhe mulheres vítimas de violência. Desde 2019, já prestou atendimento a 294 mulheres, principalmente vítimas de homotransfobia e violência doméstica. Além de escuta e aconselhamento, o Nepaz auxilia na judicialização, na abertura de boletins de ocorrência e na mediação de conflitos.

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Passa um filme na cabeça da gente. Como mulher travesti, esse filme é de sobrevivência. Com o prêmio, me sinto mais viva do que nunca, inspirada a continuar meu trabalho. Agradeço a cada pessoa que votou e quero reverenciar as mulheres negras que vieram antes de mim e também aquelas que me acolheram. Foi graças a elas que sobrevivi. A minha luta é a luta de muita gente

Dandara Rudsan, criou um núcleo que acolhe mulher vítima de violência

Julia Rodrigues

Luiza Batista

À frente da Fenatrad, ampliou o debate sobre maneiras de combater o trabalho doméstico análogo à escravidão. Também articulou a realização de um curso sobre direitos trabalhistas pelo WhastApp, já feito por 700 empregadas domésticas de vários estados.

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Esse prêmio representa muito para mim, mas não só. Representa muita gente, a luta de toda uma categoria. Quem ganha é a Luiza, mas todas as diretoras da Fenatrad e dos sindicatos. Fiquei muito emocionada porque sou uma mulher negra, semialfabetizada, que, até os 50 anos, trabalhava na casa de alguém sem perspectiva de ser reconhecida nacionalmente. Mas minha vida deu uma guinada e me sinto feliz pela mulher que me tornei. Muitas mulheres me inspiraram nesse caminho.

Luiza Batista, combate o trabalho doméstico análogo à escravidão

Julia Rodrigues

Aretha Duarte

Para cobrir parte dos gastos com a viagem ao Everest, ela coletou materiais recicláveis durante 13 meses. Ao todo, foram 130 toneladas arrecadadas. No dia 23 de maio de 2021, ela se tornou a primeira negra latino-americana a atingir o topo do Everest.

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Fiquei emocionada, não esperava mesmo ganhar. Mas esse prêmio representa também a Mel e a Cherna. Eu escalei o Everest e agora quero escalar o outro Everest que é lutar por transformação social e ambienral. Esse prêmio fortalece esse meu objetivo.

Aretha Duarte, foi a 1ª negra latino-americana a chegar ao cume do Everest

Julia Rodrigues

Carmen Zanotto

São dela duas leis (de 2013 e 2020) que garantem agilidade no atendimento ao câncer estipulando prazos máximos para o início do tratamento e a realização da biópsia para confirmação de que há ou não a doença.

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Eu não esperava ganhar porque a Amanda e a Jussara fizeram da sua doença uma luta e de suas histórias exemplos de vida e eu, da minha profissão de enfermeira, da minha possibilidade de estar no parlamento, a luta pela defesa das mulheres e de todas as pessoas que tem câncer.

Carmen Zanotto, criou leis que agilizam início do atendimento no SUS

Julia Rodrigues

Hilka Espírito Santo

Ela mobilizou uma força-tarefa para levar 22 mulheres de Manaus ao Rio de Janeiro para realizar cirurgias e dar continuidade ao tratamento ao câncer de mama durante a segunda onda da pandemia de Covid-19 no Amazonas, quando o sistema de saúde colapsou.

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Difícil não me emocionar! O prêmio é pela vida das 22 mulheres que conseguimos levar para fazer a cirurgia. Elas não são só um número. Elas são mãe, filha, irmã, amiga de alguém. É uma premiação que dá visibilidade para algo tão importante que é o câncer de mama.

Hilka Espírito Santo, garantiu cirurgia para pacientes graves na pandemia

Julia Rodrigues

Marielle Rezende

Coordenadora técnica de um projeto que tem o objetivo de melhorar a qualidade de vida de coletores de recicláveis na cidade de Poços de Caldas (MG), ela notou que as mulheres precisavam de um apoio especial. A partir de então, idealizou um projeto específico para empoderá-las por meio do trabalho.

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O prêmio é um reconhecimento das causas que defendemos no Recicla Vidas. Ele dá visibilidade para causas importantes no momento em que vivemos tantas crises: social, econômica, tantos preconceitos e discriminações. Ele é uma forma de reciclar energias em prol da construção de comportamentos que podem mudar a realidade.

Marielle Rezende, engenheira, quer empoderar coletoras de recicláveis

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